Diabetes Mellitus e a Fisioterapia
- Marta Pires Podologista
- 18 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de nov. de 2020

A Dra Cláudia Castro (castroclaudia@hotmail.com) é fisioterapeuta no Instituto CUF Porto, onde trabalha nas áreas da neurologia, ortotraumatologia, respiratória, pediatria, hidroterapia.

"Aceitando o convite da Drª Marta Pires, podologista, e no âmbito do Dia Mundial da Diabetes Mellitus (DM), venho dar o meu contributo mostrando que a fisioterapia tem um amplo campo de atuação, tanto na prevenção da diabetes e suas complicações, assim como na promoção da qualidade de vida do doente diabético, permitindo que tenham uma vida mais ativa e saudável."
A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica e hereditária, em que se verificam níveis elevados de glicose no sangue durante um longo intervalo de tempo. Os sintomas incluem necessidade frequente de urinar e aumento da sede e da fome.
Pode ser o resultado quer da produção insuficiente de insulina pelo pâncreas (tipo I), quer da resposta inadequada das células do corpo à insulina produzida (tipo II). A DM tipo I é de causa desconhecida e é controlada através da administração de insulina, enquanto que a DM tipo II tem como principal causa o excesso de peso e falta de exercício e, portanto, pode ser controlada por dieta alimentar e exercício físico.
O exercício físico aumenta a capacidade cadiorespiratória, diminui a resistência à insulina, reduz a pressão arterial, ajuda a controlar o peso, melhora a circulação sanguínea e, consequentemente, melhora o controlo da glicemia.
Quando não é tratada, a diabetes pode causar várias complicações.
A fisioterapia pode ser usada em intervenções preventivas ou pode ser usada como tratamento, melhorando a qualidade de vida do diabético tipo II.

Fisioterapia preventiva
O fisioterapeuta pode selecionar os exercícios mais adequados à condição física do indivíduo e promover uma progressão segura dos mesmos.
Um plano de 30 minutos de exercícios moderados por dia (exercícios aeróbios ou de resistência muscular) e redução de 5 a 7% do peso corporal reduzem o risco de diabetes tipo II em 58% (e em 71% para aqueles com mais de 60 anos).
Fisioterapia terapêutica
As complicações que mais frequentemente surgem e que o fisioterapeuta pode intervir, são as cardíacas (enfarte do miocárdio), AVC, neuropatia periférica (lesão dos nervos ou alteração da circulação) e doenças oculares.

O fisioterapeuta deve avaliar o doente em termos neurológicos e vasculares e, dependendo do caso, o tratamento pode consistir em:
- aconselhamento sobre a sua pele (evitar pontos de pressão), incluindo sensibilidade e integridade da mesma (a alteração da cor ou presença de fissuras, podem conduzir a feridas abertas e infeções que podem resultar em gangrena e/ou amputação);
- controlo da dor (o doente diabético sofre frequentemente com o comprometimento dos nervos) através da estimulação elétrica e/ou dessensibilização sensorial;
- treino de equilíbrio, marcha, coordenação motora e controlo postural (AVCs, amputados, alterações visuais e alterações da mobilidade geral);
- adaptação de próteses (amputados);
- adaptação de ortóteses (para diminuir as sequelas do pé diabético);
- treino/aumento da mobilidade e capacidade respiratória.
Todas estas intervenções preparam o doente para a atividade física, promovendo uma vida mais ativa e saudável.
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